45ª Meia Maratona Internacional da Nazaré
Mais um
evento organizado pela Associação de Cultura e Desporto, realizou-se no passado
dia 10 de Novembro, o tiro de partida ocorreu às 10:30. Uma grande festa de
atletismo na Vila da Nazaré, sendo este evento a meia maratona mais antiga a
ser realizada em Portugal.
A viagem até ao evento...
Partimos
cedo para o destino, mas não considero que tenha sido de madrugada, pois a hora
da partida assim não exigia, mas o pessoal é pontual ao minuto e na hora combinada,
três membros da equipa estavam reunidos. Desta vez, o projecto OPraticante.pt,
estava bem representado. Como o objectivo era dar um passeio pelo local depois
da prova, fomos em dois carros rumo a mais um desafio. Chegámos ao destino,
depois de uma viagem tranquila e somos brindados com uns chuviscos. Rotina
habitual, levantamento de dorsais e vamos-nos equipar e realizar um pouco de
aquecimento.
Homenagem...
Naquela
confusão da partida, estava a ocorrer um aquecimento com Zumba, muita animação.
A equipa separou-se acidentalmente, mas os meus colegas (Fernando e João) são
mais rápidos e querem partir mais na frente, eu fico um pouco mais para trás. A
homenagem a um grande homem desta prova e desta Vila, um homem que impulsionou o
arranque deste evento, é intitulado como o pai da meia maratona, Abílio
Figueira, uma grande aplauso iniciando assim a festa desta prova. Tiro de
partida e vamos lá…
Foto retirada do site oficial da prova - Homenagem a Abílio Figueira |
Os primeiros 5Km...
Nos
primeiros 5 Km, não estava com vontade de acelerar muito, sentia o frio e a
chuva apareceu para nos “cumprimentar”, também com receio de uma dor que tinha
sentido recentemente. Passo pela minha “claque”, a minha fã veio me ver e a
minha filhota acompanhou, logo nos primeiros metros, é bom sentir o apoio.
Cerca de 2 km, estávamos em modo de subida e se subia, começo a sentir as
pulsações a aumentar e penso: “Ok ok, o sistema está a entrar em aquecimento!”.
Chegámos ao ponto mais alto e iniciamos uma descida acentuada, rumo a uma nova
passagem pela marginal e como é óbvio, a minha claque no derradeiro apoio, após
parar nos 5Km para beber água, cerca dos 6km, passa o primeiro atleta da prova
mais curta a todo o gás.
A Fã e a filhota... |
O “combate”...
A partir
deste ponto entro em “combate” com a mente e as pernas tentam andar, mas este
movimento não é fácil, sou brindado com uma dificuldade, problemas intestinais…
Ahahahah, sim sou um ser humano e tal nunca me tinha acontecido. Já tinha
viajado algumas vezes à casa de banho pela manhã, para não me acontecer tal
situação, mas lá me vou aguentando, com dores de barriga e numa tentativa de
continuar, chego ao abastecimento dos 10 km, troco de garrafa de água e como
uma banana, já tinha ingerido um gel para ver se o sistema entrava em
“competição”... Estava difícil...
Estava agora, para mim, na parte mais difícil da
prova, rumo há localidade de Famalicão, onde é o ponto de retorno da prova, um
troço em alcatrão bastante monótono, mas que teria de ser ultrapassado. Vejo
malta conhecida já no regresso, eu ainda em lutas constantes com o meu sistema,
não estava a ser uma prova fácil. No retorno, as pessoas incentivavam os
participantes, mesmo com um tempo pouco agradável, tinham saído de suas casas
para aplaudir e incentivar, é bom sentir este apoio, até nos dá forças para aumentar
um pouco o ritmo. Surge a descida, depois do ponto de retorno e nem me tinha
apercebido que tinha aquela inclinação, era o mesmo troço já anteriormente
realizado. Começo a saborear a descida, pouco depois a prova fica novamente
plana, passo pelo abastecimento dos 15 km e tenho de sair da estrada...
Motivado
para terminar...
Apesar de estar convencido que não seria o melhor
tempo, depois de voltar à prova, já consigo aumentar ligeiramente o ritmo, mas
o alcatrão lá continuava, passo novamente pelo viaduto, ao curvar à esquerda
mais uma descida, mas esta eu lembro-me bem que na parte final e em sentido contrário,
caminhei. Mas agora estava a bom ritmo e em direcção à meta, sentia o meu corpo
a responder bem e sinceramente, não senti a “pancada” dos 18 km, normalmente
não perdoa, mas estava relacionado com duas situações, algumas paragens durante
a prova e não consegui manter um ritmo forte... Mas estava a aproveitar cada
momento.
Cruzar a
meta...
Não há muito a acrescentar até à
linha da meta, abrandei nos 20 km para apanhar uma garrafa de água, mais uma
prova bem sucedida pela conclusão, não pelo desenrolar da mesma, o tempo de
prova não seria dos melhores, mas corria na marginal da Nazaré e apreciava a
extensão de areia e o Sitio bem lá no alto, já era visível o pórtico final, as
pessoas iam aplaudindo, outras apenas passeando e a pensar loucos de andarem
aqui à chuva, o habitual que já sabemos. Ao chegar à recta final, iniciava a
procura das minhas fãs e quase perto da meta, lá estavam elas, faço sinal à
filhota para me acompanhar a cruzar a meta e ela aceita o desafio e corre comigo...
De alma cheia cruzo a meta e entrego-lhe a medalha, de seguida, vou de encontro
à minha fã, esta mulher motiva-me que nem consigo descrever, um dia tento.
Grato pelo apoio. Termino com o tempo de prova de 1h58m06s, na posição 493 da
geral e 68º no escalão.
Avaliação...
A minha
opinião pessoal sobre este evento nota máxima, não é por acaso que a prova
conta já com 45 edições, anos de experiência da equipa, alguns não devem ser os
fundadores, decerto, mas a passagem de testemunho está a ser bem conseguida e
irá se manter uma prova de referência a nível nacional, o percurso um pouco
traiçoeiro pois as subidas estão lá em vários pontos do percurso, sendo a mais acentuada
no início da prova. Após a conclusão um saco com os prémios de finisher's
habituais, segundo a pesquisa que realizei o famoso prato alusivo à maratona,
fruta, água e uma broinha de mel. E algo que por vezes falha são os banhos
quentes, mas neste evento após momentos de chuva e algum frio a água quente
soube bem. Neste evento, não tenho nada a apontar de negativo e quem sabe, o
calendário do próximo ano permite participar outra vez, recomendo vivamente a
participação de uma meia maratona nesta Vila e com umas subidas para se
desafiarem.
O almoço…
Em busca do almoço... |
Ondas Gigantes...
Ruas da Vila da Nazaré |
Foto tirada do Forte de S. Miguel Arcanjo |
Conclusão...
Todas as
provas são diferentes porque existem muitos factores que estão em jogo quer a
nível físico, psicológico ou mesmo das temperaturas que se fazem sentir, nunca
podemos antever o que pode acontecer, mas o importante é sempre terminar o
desafio em boas condições físicas, por isso, superem-se independentemente do
tempo de conclusão, adorei este desafio. Não foi um tempo de conclusão
excelente, mas não fiquei em casa e gostei de participar neste evento, em
equipa e em mais uma representação de OPraticante.pt. Para os interessados o evento já tem data no próximo ano, 15 de Novembro, podem desde já agendar para 2020.
Foto retirada do site oficial da prova |
Na próxima
semana, mais uma prova de estrada, mais curta, mais intensa e perto de casa… “Lobo Solitário” na preparação para um
grande desafio no final do mês…
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