Amarante Christmas Trail


Uma prova organizada pela Associação Desportiva de Amarante, com o apoio das entidades e instituições locais. Uma prova com boa reputação na época natalícia, não só pela excelente organização da prova, mas pela dificuldade que se faz sentir nesta época, mas nada é deixado ao acaso pelos responsáveis da prova, o “Lobo Solitário” em representação de OPraticante.pt aceitou mais uma vez este desafio como o último Trail do ano.

A Viagem…

Desta vez rumo ao norte, mais concretamente a Amarante, a hora da partida foi às 6:30, fomos todos animados da nossa localidade em bom convívio, a falar sobre diversos temas, eu, o Fernando e o Vinha. Todos para os 30 km, um Trail que iria ser gelado e molhado, eram as previsões climáticas para este domingo. Chegamos com tempo suficiente para as rotinas habituais. Após levantar dorsais, fomos para a zona de chegada para nos equiparmos e de seguida, com uma visita rápida pelo centro, actualmente a Igreja Matriz de Amarante, foi em tempos Igreja e Convento dominicano de São Gonçalo, actualmente extinto. Uma visita guiada, pois o Fernando nasceu aqui e um café matinal. Seguimos para os Autocarros…

A deslocação para a partida…

                Os autocarros encontravam-se na rotunda do parque florestal e transportaram-nos para a zona de partida na Ponte Românica de Abobadela, todas as provas partiriam deste local. Chegamos ao local e como fomos praticamente dos primeiros, surge a troca de ideias e mais um convívio com a malta, desta vez não conheço ninguém, mas o Fernando está em casa, o tempo passa a “voar” e já estava perto da hora de partida, começam a chamar os atletas para as fotos da partida habituais e para a contagem decrescente…. PUM… Aí vamos nós…

Os primeiros Km…


                Os primeiros km, porque estou numa fase de aquecimento e o tempo está frio com alguns chuviscos, não são fáceis, acho que nunca são, até aos 10 Km, seria a maior dificuldade de subidas, constantes e acentuadas, boas para testar o corpo, mas de facto, tenho de treinar mais, é o que me ocorre na mente. Quanto mais subia, o frio e o vento estava mais intenso, a chuva tinha diminuído mas não tinha abandonado a malta, surge o primeiro abastecimento e vos confesso que já estava farto de subidas. Mas como já tinha realizado esta prova na edição anterior, sabia o que me esperava e depois deste abastecimento, seria mais uma subida vertical, penso que a mais difícil de todas, mas talvez seja apenas pelo cansaço…

Subida Vertical…

                Após comer algo e abastecer as garrafas, saio rapidamente para continuar o desafio, não parei durante muito tempo para não arrefecer e para tentar melhorar o tempo da última edição, sabia que não seria fácil, o tempo estava agreste e tornava os trilhos mais “pesados”. Iria surgir a subida vertical, depois a prova não se tornava fácil mas a dificuldade atenuava, inicio sempre as subidas a bom ritmo, depois vou “morrendo”, a meio do troço encontro uma pessoa da organização, preocupado com a malta e a motivar, como sempre refiro, uma boa organização e preocupação pelos atletas. Pouco depois, estou no topo da subida e para recuperar algum tempo, tempo acelerar na descida…

Recuperar tempo…

                Na descida tempo recuperar algum tempo perdido, a água corria pelo trilho, era impossível ter os pés secos, tentava acelerar para aquecer e fugir ao frio do topo da montanha. Começa a chover intensamente, não vos consigo precisar a quantos km, mas sei que estava intensa a cada km sentia a chuva cada vez mais forte, não me lembrava de ter participado em alguma prova tão molhada, nos pés já é normal, mas cair forte e constante, sinceramente não me lembro…

O Dilúvio…

                Nesta altura da prova, em que as descidas estavam constantes e que estava motivado, como sabem, eu adoro descer, estou sempre a referir isso, considero que estava debaixo de um dilúvio, nunca tinha visto tanta água a cair constante, sentia tudo molhado, menos a roupa interior, não uso em corrida… Ahahah… Após várias tentativas, percebi que seria a melhor forma de evitar assaduras e afins, mesmo usando cremes por vezes era difícil… A luta com a água era intensa, já faço destas loucuras faz algum tempo e não me lembro de ter enfrentado uma chuva tão intensa em alguma prova, mas tentava que não me levasse a melhor. A dada altura, vejo uma vegetação no meio do trilho, as chamadas silvas, não abrando, mas não sei que “malabarismo” que faço com as pernas e zás um arranhadela na perna, cum catano, se ardia mas tinha de continuar, sentia-me bem… foi um pormenor…



A passagem do rio…

                Já só pensava em cruzar a meta, nas descidas tentava acelerar, mas sabia que iria ter mais uma dificuldade, mais uma subida, por grandes rochas aparentemente perigosas, mas ao iniciar a subida, recordo que é uma subida que se faz calmamente sem grandes escorregadelas mas do alto a vista é sempre agradável, a chuva tinha diminuído, mas a dificuldade seria agora cruzar o rio decerto o aumento de caudal estava certo, ao acelerar por entre trilhos de lama e rodados, tropeço e pimba, no meio da lama escura e um joelho bastante esmurrado, faz parte desta loucuras, a passagem do rio com cordas a auxiliar quer a descida, quer a passagem do mesmo, cruzo sempre em passo acelerado, desta vez, a malta estava mais cuidadosa e tenho de abrandar, cruzo a passagem, concentrado…



Finalmente terminam as subidas…

                Mais uma descida e eu embalo novamente, parece que quanto mais perto do fim mais “vida” tenho, às vezes… Ahahah… Com esta descida já vou a pensar para comigo que estava a terminar, que seria sempre a descer até à linha da meta, era excelente, a prova estava a ser concluída embora fora dos objectivos, pois queria melhorar o ano anterior, o que não foi possível. Talvez pela falta de volume de treino, talvez pela chuva intensa que se fez sentir naquele dia, mas o importante é sempre terminar. A passar pelo famoso “sofá”, já sem fotógrafos, sinal que o tempo em prova já não era o melhor, como ia sozinho, não consegui registar qualquer foto. Pouco tempo depois, ao passar uma estrada de alcatrão com toda a segurança da prova, garantida pelos voluntário e GNR, cruzo pela malta, digo bom dia e agradeço, penso para mim, catano, ainda falta esta subida, sim, tinha-me esquecido da última subida, finalmente terminam as subidas…

Rumo ao centro histórico de Amarante…

                Após terminar a subida, volto a tentar impor o ritmo de conclusão, nesta altura penso que a malta já deve estar cansada de estar há minha espera, mas a tartaruga está a terminar… Ahahah. Como ia a bom ritmo, vou passando por outros atletas, não sei de que prova, mas sinto-me a ser “perseguido” por um deles, por vezes aproveitamos alguém que vá com melhor ritmo para terminar mais depressa. Oiço ele a confessar: “Caramba, nunca mais acaba!”. Mais uma vez, interiorizo e nada digo, pois o meu pensamento era igual, mas não conseguia falar, ao cruzar a ponte de S. Gonçalo, sobre a forte corrente do Rio Tâmega e já se ouvi-a o speaker, passo pelo Fernando e o Vinha, já com roupa mais quente, sinal que já tinham terminado há algum tempo, faço a última descida na escadaria e cruzo a meta com o tempo de 4h44m53s, na posição 99 da geral e no meu escalão (M40) em 45º Lugar, mais uma prova concluída em representação de OPraticante.pt. As restantes classificações podem ser consultadas AQUI.


Resumo da prova…

                Uma excelente organização, bons abastecimentos, muitos voluntários e bons trilhos. Recomendo a participarem na próxima edição desta prova pois tudo é bem pensado e organizado, uma das frases ou melhor dizendo o slogan utilizado é uma prova “organizada de atletas para atletas” e de facto pela variedade de opções nos abastecimentos, pelas boas marcações na prova, nos pontos mais perigosos encontram-se avisos e/ou os voluntários e mesmo os responsáveis de prova. Uma excelente prova para concluir o ano dos Trails, para o próximo ano espero regressar, parabéns a toda a organização.

Lobo Solitário” nos trilhos, só no próximo ano, boas festas para todos…

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