Trilhos dos Abutres, um Trail épico...
10ª Edição do
Campeonato Nacional de Trail Ultra…
A Associação Abutrica nasceu no
ano de 2009, na sequência de uns amigos que se juntavam de longa data para
jogos de futsal. Entre amigos e mesmo em torneios surgiu o nome de Abutres
decorria o ano de 2003. Com ideias inovadoras, iniciaram-se a criar um grupo de
corrida (Abutres Running Team), em crescendo facilmente foi alargado e criando
novos grupos em diferentes modalidades.
Desde o ano de 2011, primeira
edição dos Trilhos dos abutres tem sido um Trail de referência Nacional, com
constantes evoluções tornando-se assim Trail épico.
Em 2019 um grande feito, em
Portugal e alteração do percurso por exigência do Campeonato do Mundo,
transportando assim para fora do nosso país o nome dos Trilhos dos Abutres.
Esta edição, uma junção dos
percursos anteriores mais técnicos e os exigidos na edição anterior, tornando
assim uma prova mais longa e de dificuldade acrescida. Foram 3 dias de diversas
atividades conseguindo assim cerca de 2.000 atletas nas diferentes provas e
dinamizando assim Miranda do Corvo e o Mercado Tradicional.
Miranda Do Corvo
Desde a gastronomia há fauna
local, tudo pode ser explorado, não só por quem tem o prazer de correr por
estes trilhos fantásticos e apreciar as diferentes paisagens, incluindo as
cascatas. A dificuldade técnica exigida pela prova, mas também os diferentes
negócios locais, divulgados por esta Associação, podia conhecer-se sobre a
localidade através do Guia do Atleta, referindo o Parque Biológico da Lousã, a
Casa das Artes, o Templo Ecuménico Universalista, a mercearia fundada em 1878 a
loja do Sr. Falcão, perto de Gondramaz e as famosas Aldeias de Xisto.
Gastronomicamente, não poderíamos
ficar indiferentes a antiga taberna renovada ao lado da Loja do Sr. Falcão, onde
seria possível degustar os queijos, enchidos e vinhos Nacionais e como não
podia deixar de ser a famosa Chanfana e os famosos Negalhos, um derivado da
Chanfana, mais concretamente as tripas cozinhas da mesma forma que a Chanfana,
sendo já um prato raro.
Reunidas as condições para
aproveitar um fim de semana relaxante, visitando esta zona fantástica e em
simultâneo podendo desafiar-se pelos trilhos duros dos Abutres…
A Viagem…
Madrugar rumando para um grande
evento a nível nacional, o Trilho dos Abutres tornou-se uma das mais conhecidas
e das melhores provas. A experiência da organização, originando o sucesso deste
evento, seja pelas excelentes marcações, pelos abastecimentos fantásticos,
trilhos técnicos acima do normal e as brutais paisagens que podemos observar,
por Miranda do Corvo e a Serra da Lousã.
Chegámos como planeado, como
normalmente gostamos, a cerca de uma hora do início da prova. Lá fomos aos
rituais habituais, dentro do Mercado Municipal, levantar os dorsais. O
passaporte dos abutres, fazia parte do kit e uma inovação nesta edição, seguido
do café e o habitual convívio. Depois de passaporte carimbado, seguimos para
nos equiparmos, pois o relógio não pára e a hora da partida já se aproximava.
Partida…
Estava iniciada a festa deste magnífico
evento, em tudo o que o cerca. Sentia-se o nervoso miudinho característico na
malta, eu também estava um pouco nervoso. Contagem decrescente e partida, ai
vamos nós rumo aos trilhos, mas primeiro uma voltinha por Miranda do Corvo,
desde muito cedo a subida à Igreja Matriz de Miranda do Corvo, ai vamos nós
colina acima em modo de aquecimento. Ao lado do rio Alheda e passando também
pelo rio Corvo.
Eu e Fernando antes da Partida |
Mira e anda…
Não posso continuar a descrever
as sensações vividas nesta grande prova, sem antes fazer uma pausa, para
descrever a origem do nome de Miranda, ou seja, a famosa lenda de Miranda.
Conta a lenda:
“Estava uma esbelta donzela de alto do seu castelo, quando um cavaleiro
cristão, impressionado pela sua beleza, fica parado a contemplá-la. A jovem
sentiu por ele grande atração e os seus olhares cruzaram-se apaixonados.
Ciente do perigo que corre o admirador, caso fosse descoberto pelos
vigias, a bela moura suplica-lhe que continue a sua caminhada, dizendo-lhe
“Mira e Anda”.”
Deste breve aviso resultou o nome
de Miranda.
(Retirado do site da Câmara municipal de Miranda do Corvo)
Penso que a segunda parte do nome, estará relacionado
com o rio Corvo, achei curiosa esta lenda e como gosto sempre de pesquisar algo
sobre a localidade resolvi partilhar com vocês.
Iniciando nos trilhos…
Continuamos nesta fase inicial em
modo de passeio por Miranda do Corvo, mas vos confesso que o que mais me chamou
a atenção neste percurso inicial, foi o Museu da Chanfana, logo o que me saltou
à mente, depois de concluir a prova, com tanto desgaste físico, iria saber bem
a bela chanfana, mas acabou por ficar para outra ocasião.
Lobo Solitário…
Quem por norma lê as minhas
descrições, como lhe gosto de chamar, decerto que já sabe que me apelido de “Lobo Solitário”, passo a explicar a
razão, para o Trail é preciso alguma perspicácia e atenção para serpentear por
entre pedras e afins, além de que durante algum tempo deslocava-me para as
provas e regressava sozinho, assim como nos treinos que ainda os realizo em solidão.
Um amigo um dia, ao passar por mim em treino chamou-me com este apelido, gostei
e ficou.
Nesta fase da prova, entramos por
dentro do Parque Biológico da Serra da Lousã, em modo de subida constante,
entre caminhada e corrida nesta fase, pois a parte inicial tinha sido um pouco
rápida. Neste parque biológico, criado para mostrar aos visitantes, um pouco de
todos os animais existentes em Portugal, outros já extintos do seu habitat
natural, em modo de corrida, fui apreciando o que podia ver, nomeadamente gamos
e uma espécie que me fez parar, sacar do telemóvel e dentro do possível tirar
umas fotos na zona onde se encontravam os lobos, animal que admiro graças à sua
destreza e incapazes de habitarem isolados, pois estes vivem sempre em matilha.
Após o registo fotográfico continuo a minha prova…
Lobo Ibérico - Parque Biológico da Lousã |
Em direcção ao templo…
Uma subida, bem acentuada e
deduzo logo que estou a entrar nos trilhos, nesta fase não me lembrava que este
seria o monte Fernandinho e íamos em direcção ao Templo Ecuménico Universalista,
inaugurado em 2016, é destinado à reflexão espiritual de pessoas de diferentes
religiões. Aberto a não crentes promovendo os valores fundamentais da
humanidade e das religiões, como a Verdade a Bondade e a Moral. Se realizar uma
analogia com o Trail, está muito relacionado, pois a base do Trail, na minha
visão, assenta nestes valores assim como para mim é como um retiro espiritual,
onde encontro a minha paz interior e recarrego as baterias para mais uma semana
de trabalho, aprendi com este desporto a relativizar muitas situações diárias e
a salientar alguns valores.
Em 2017, aquando na participação
na distância mais curta, já me tinha cruzado por este local, fiquei
maravilhado, mas naquela data, não realizei qualquer pesquisa mais aprofundada
que partilho com vocês, neste momento.
Templo Ecuménico Universalista |
Hora de acelerar…
Depois de chegar ao templo,
contornar o mesmo, estava na hora de acelerar pois a descida convidava a isso,
o tempo estava propicio a esta atividade desportiva, pois não estava muito frio
e a chuva ainda não estava a cair. Mas os receios estavam presentes, pois a
curiosidade em ver os trilhos era alguma, devido à quantidade de chuva que
tinha caído na semana anterior da prova, nesta fase o estradão estava agradável
e convidava a correr.
Vila Pouca…
A rondar os 10 Km chegávamos à
Freguesia de Vila Pouca, o primeiro abastecimento só de líquidos, água era a
opção, por vezes ainda não começo a ingerir muita água, nesta fase, mas
abasteço sempre as soft flask. Nesta fase sentia-me confortável, mas tinha a
perfeita noção que até aqui era incluído na fase de aquecimento. O clima estava
ameno, a chuva já tinha dado o ar da sua graça, algo ténue, apenas para nos
fazer lembrar que na última semana não tinha dado tréguas e os trilhos poderiam
estar, digamos, lamacentos ou será melhor referir a dureza dos mesmos?
A dificuldade aumenta…
Em direcção à próxima paragem,
pois penso abastecimento a abastecimento e este troço não seria de todo mais
fácil. Seria a localidade de Cardeal, apesar de até chegar ao abastecimento a
altitude era baixa, a subida seria constante, um das partes da prova com mais
altimetria acumulada. Nesta fase começa-se a ouvir alguns lamentos e algumas
conversas, eu reservo-me ao meu silêncio, focado na conclusão da prova, olhando
para o relógio e fazendo cálculos mentais, motivadores, pois estava a realizar
um excelente tempo. Ao chegar ao abastecimento, deparo-me com tudo à escolha,
excelentes abastecimentos nesta prova, mas este seria apenas uma amostra,
fiquei aliviado, pois sabia que nesta prova não deveria de passar fome, só se
fosse tonto e não ingerisse o suficiente. Desde doces a salgados, isotónico, água,
a famosa Coca-Cola, passo a publicidade mas em prova adoro, nada faltava. Desde
barras, a géis energéticos da marca Prozis, 5 estrelas.
Metade da prova…
Depois de reabastecido, sigo a
minha prova focado já no meio da prova. As cãibras já tinham dado sinal, na
perna esquerda, mas estava controlado nesta fase. Já com ingestão de sal, sigo
subindo e ficando cada vez mais lento, não consigo ter velocidade nenhuma nas
subidas e ainda me custa bastante o esforço físico, pois perdi alguma
preparação por causa da preguiça, Ahahah...
Algures nos trilhos... |
A meio deste troço, depois de
alguma escalada, pelo menos na minha mente parecia chegamos ao topo da subida e
estava na hora de acelerar até ao Abastecimento, que servi-a de controlo
horário, a primeira barreira horária da prova, sinceramente nunca tinha pensado
nisso pois não analisei a prova a fundo. Mas iniciamos a descida, começa a
surgir os trilhos técnicos, como adoro descer em trilho técnico, fui
recuperando alguns lugares e sem juízo, embalado por entre rochas e afins. Do
outro lado da montanha, já no final da minha descida, oiço o amigo das
loucuras, grita para me incentivar, o Fernando segui-a mais à frente, em modo
de subida. Mas nas descidas sinto-me livre e em modo de voo.
Senhora da Piedade…
Mais um abastecimento, bem
completo, esta malta apruma-se, de toda a escolha, vou penicando aqui e ali,
ingerindo sal, Coca-Cola, abasteço as garrafas. Um gel energético e reparo
numas barras energéticas que me desperta a atenção, não tinha fome, decidi
guardar uma barra no colete, não vá fazer falta para mais tarde. Entre estes
pensamentos e de barriga composta, saio em modo de corrida, vos confesso, era a
descer.
Surgem as escadas, parece que os
pés estancaram, travei e passei a subir as escadas em modo de caminhada, pois
nas subidas sempre caminho. Pessoas a aplaudirem, logo metem-se comigo e
brincando em modo de incentivo dizem: “Agora que estávamos a aplaudir, começou
a caminhar!”, Sorri agradecendo e respondi: “É preciso gerir e isto não está
como no início”. Parece que adivinhava o que se seguia mas sinceramente, não
fazia a mais pequena ideia.
Cascata da Senhora da Piedade |
Rumando até ao Parque
Eólico…
Este troço, seria para mim um dos
mais difíceis, por ser sempre em subida, uma subida em modo de escalada, com
vários pontos com cabos de aço e cadeados para a malta de agarrar e trepar,
literalmente trepar por entre rochas e maravilhando as paisagens que íamos
encontrando. Cascatas, umas a seguir às outras por entre os rochedos imponentes.
Quem ama o Trail, pode imaginar a delícia que é, no meio do esforço apreciar a
natureza, recarregar as baterias e ficar pronto para uma semana de stress ou de
desafios.
Após o Km 32, sensivelmente,
teria terminado as subidas acentuadas, no entanto o meu corpo estava a reagir
negativamente. Dores musculares intensas, estava a tentar fazer a gestão do
esforço mas os músculos não estavam a dar tréguas. Descobri que nesta prova,
estava a esforçar músculos que pensava que só serviam para a perna ficar
direita, Ahahah…
Passo por um grupo animado, na
divisão dos percursos, com música e boa disposição incentivando cada atleta que
passava. É bom sentir este espirito e nesta prova, depois de uma grande
dificuldade sabe tão bem.
Cerca de 1 km mais tarde, não me
começo a sentir bem, pondero em regressar ao grupo, sinto-me fraco e tonto, mas
caminhando vou seguindo. Mas nesta aflição com medo de sucumbir, eis que me
lembro da barra energética que tinha guardado, decido tirar e ingerir, não
tenho ideia de alguma vez ter sentido algo do género. Como as dores musculares
não abrandavam, decido colocar um spray de frio, daquelas coisas que sempre
levamos mas nunca usamos, pensamos em tudo, mas nunca tinha sido necessário.
Confesso que foi o que me valeu, pouco tempo depois, sentia-me confortável e já
estava a conseguir correr, com mais energia.
Parque eólico…
Chego ao abastecimento do Parque
Eólico. Mais um super abastecimento, desta vez com direito a sopa quentinha, o
frio estava presente, nevoeiro um vento desagradável. Soube-me pela vida, este
abastecimento bem pensado com esta sopa e o chá quente. Depois deste
abastecimento, estava pronto para somar mais uns km, a maior dificuldade da
prova tinha ficado para trás, mas ainda faltava umas horas para o fecho. Para
não deixar o corpo arrefecer, contínuo pouco depois, uma descida para animar, o
objetivo seria chegar ao ponto mais alto da prova (observatório), mas em
questão de km a partir daqui e entre abastecimentos, seria mais fácil, a distância
entre eles eram apenas de 5 km. Excelente, tudo bem pensado, não só para os
mais rápidos como para os mais lentos.
A bela Sandes…
Depois de uma bela sopa, para
rematar a festa, só podia ser uma bela sandes, a tão falada durante a prova por
vários atletas. Estava curioso, com esse manjar dos deuses. A subida que se fez
sentir até ao ponto mais alto não era acentuada, mas nesta fase da prova, com o
esqueleto massacrado, já tudo custava e nem queria pensar nos mais de 15 km que
faltava para terminar, mas era quase inevitável, quando temos pensamentos
duvidosos se vamos conseguir concluir a prova, mas entre descidas deliciosas e
bosques, lá consegui chegar ao abastecimento, com pessoas super simpáticas e a
primeira pergunta a quem chegava era: “Vai uma sande?”. Anuí com a cabeça que
sim, pois mal conseguia falar. A segunda pergunta: ”Uma cerveja?”. Rejeitei,
não conseguia sequer pensar na cerveja, não é hábito por norma sempre sabe bem,
mas nesta prova estava a sentir algo de anormal.
Abastecimentos Completos |
Depois da sandocha e de ter feito
alguns alongamentos enquanto comia, pergunto se posso comer outra, prontamente,
tinha a segunda na mão e não resisti ao fino. Mas que grande abastecimento,
desde a diversidade até a recompor o estômago, fiquei deliciado. Abasteço as
garrafas, agradeço e continuo…
Simpatia e as febras... |
Gondramaz…
Ao sair do abastecimento,
sinto-me revigorado e em modo de descida, começo a embalar encosta abaixo,
tinha de aquecer pois os abastecimentos, são terríveis para o corpo arrefecer e
começar a sentir dores. Mas curiosamente, senti-me renovado. Uma descida
constante que fui ganhando algum tempo, passando alguns colegas mais receosos
ou mais cansados, até chegar à suposta última subida acentuada da prova.
Mais uma vez, escalando rochas
com os famosos cabos de aço isolados com plástico/Borracha e as correntes, no
entanto a beleza que nos cercava era fantástica, fui trepando até que avisto o
abastecimento, a Aldeia de Goldramaz.
Ao chegar ao mesmo, encontro a
minha colega da equipa OPraticante.pt, festa não seria de esperar outra atitude
por parte da Célia e com direito a reportagem, nada tinha sido combinado, mas
fiquei muito contente por este momento de apoio. Se a Célia não me tinha
falado, eu decerto que não a vi-a, estava em modo automático e todo partido,
pouco depois aparece o Abílio e trocamos dois dedos de conversa, mas o resumo é
“Que dureza!”, acho que não conseguia dizer muito mais.
Célia Neto e o "Lobo Solitário" |
Sento-me para retirar uma pedra
da sapatilha, como algo para recompor o estomago e sem me despedir deles,
segui. A vontade de acabar era muita, mais tarde desculpei-me por tal atitude,
mas o Trail também tem destas coisas. Sorry.
Modo de descida ON…
Depois de abandonar a aldeia de
Goldramaz, pelos gráficos da prova no guia do Atleta, um guia dos mais
completos que recebi até hoje e que auxiliou também a escrever este artigo,
entre outras pesquisas, sabia que seria sempre a descer. Senti-a o sistema bem
equilibrado e motivado para a descida, adoro terminar em descida. Trilhos
bastante técnicos, single track que tinha de ter alguma cautela, mas nestes
terrenos até me safo bem, ia pedindo licença para passar os companheiros de
prova, nestes trilhos técnicos não gosto de ter ninguém pela frente, parece que
me diminui o campo de visão, ao meu ritmo e com a motivação em alta chego ao
último abastecimento.
Espinho…
No último abastecimento, apenas
abasteço as garrafas e ingiro qualquer coisa ligeira, só para ter a certeza,
por qualquer motivo a água não ia faltar. E rapidamente estou a seguir para a
meta mesmo sem a saborear… Ainda faltava cerca de 4,5 Km… A famosa lama, surge
neste troço, em força, para terminarmos com o tratamento de pele oferecido pela
Associação Abutrica, nada faltou e eles queriam que no regresso a casa,
teríamos de ir bem tratados… Ahahah…
A dada altura a tentar escolher a
parte do solo mais dura, não sei a forma como coloquei o pé, de lado e a pés
juntos, estardalho-me no meio da lama, magnífico, Lobo Solitário na lama.
Realmente, na juventude eramos repreendidos por saltar na água e na lama pois
poderíamos apanhar alguma gripe ou constipação e agora, pagamos para nos
divertirmo-nos como se fossemos crianças, espetacular.
Finalmente a meta…
Após terminar a lama, seguia a fase final e em
direção à meta, por estrada, tinha terminado os trilhos e aquele alcatrão,
tinha sabor de fim da aventura dos abutres. Era a fase final e apesar de não
amar provas de estrada, esta parte estava a deliciar-me, pois já não sentia os
pés pesados ou a escorregar de tanta lama que tinha surgido.
Vou passando por espectadores que
incentivavam a malta, parabenizavam por estarmos em fase de conclusão. Depois
de dobrar a esquina, vejo os pórticos e pensei, finalmente a meta, algo que há
muito esperava, oiço o meu nome antes da linha da meta e de entrar no Mercado
Municipal, as poucas forças que restam, impulsionam-me para cruzar a meta
acelerado, terminando no salto habitual…Siiiimmmmm... Objetivo cumprido.
Consigo terminar, com o tempo inferior ao que tinha em mente, queria fazer a
prova em 10h, consegui terminar em 9h 54m52s, na posição 89ª do meu escalão
(M40) e em 383º da geral.
Mais uma conclusão... |
A Equipa OPraticante
Na prova de 55 Km, realizada no sábado, tivemos outra representação de António Soares, totalista nesta prova, a concluir em 11º do escalão M55, 279º lugar da geral com o tempo de 8h58m23s.
Na prova de 55 Km, realizada no sábado, tivemos outra representação de António Soares, totalista nesta prova, a concluir em 11º do escalão M55, 279º lugar da geral com o tempo de 8h58m23s.
No Domingo, na distância de 21
Km, Célia Neto com o tempo de 2h49m52s, conseguindo o 2º lugar no pódio de
Senior Feminino e 3º lugar Feminino da geral. Parabéns Célia por este grande
desempenho, é um orgulho ter-te na nossa Equipa, continua a divertir-te pelos
trilhos.
Os restantes resultados podem
consultar AQUI.
Conclusão do Evento
Nota máxima para a organização
desta prova, nesta 10ª Edição demonstram que nada é deixado ao acaso, vale a
pena repetir e recomendo, apesar de ser sempre um “tiro no escuro”, pois existe
um sorteio entre as pré-inscrições dos atletas, apesar de sofrerem muitas críticas.
Tive a sorte de ser sorteado e pela segunda vez, saborear estes magníficos
trilhos, desta vez na maior distância.
Em família e com provas em
diferentes dias, podemos usufruir de Miranda do Corvo e das paisagens circundantes.
Este ano a ideia de um passaporte “República dos Abutres”, permitindo assim que
os registos dos anos anteriores fossem atualizados e será algo para voltar a
carimbar. Os abastecimentos excelentes. Banhos quentes em vários pontos, não
tenho nada a apontar de negativo a este evento, até porque já sinto saudades e
agora só para o próximo ano, se tiver a sorte de lá voltar.
Parabéns
pela vossa 10ª edição e de facto, quanto mais velhos melhor se tornam.
Da minha parte, Lobo solitário, adorou do princípio ao fim.
Uma prova épica, tal como o slogan da prova, é engraçado como este grupo se
formou e como consegue criar uma prova que mal a concluímos já temos saudades.
Espero regressar aos famosos
Trilhos dos Abutres. Até breve…
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