Val D'Aran By UTMB - VDA - A PROVA


 

Val D'Aran By UTMB - Torn Dera Val D'Aran 

A PROVA 

A descrição desta prova iniciou neste artigo, na chegada e nas pequenas visitas que realizamos por Val D'Aran.

Contagem decrescente...
    Já na linha da partida, estávamos separados por box's em relação aos tempos registados em eventos anteriores e que dariam acesso a esta prova, se até aqui o nervoso miudinho se fazia sentir, na partida a coisa muda de figura, todas as emoções se apoderam do sistema. 

A relaxar na sombra...

    Fomos dos primeiros a entrar para a nossa respetiva box, letra C, ainda a tempo de nos sentarmos e tentar relaxar um pouco à sombra, íamos observando outros atletas, tentando saborear o momento e a pensar o que nos trouxe aqui, o tempo cada vez é mais curto, a música aumenta de som, tudo passa pela cabeça e finalmente o primeiro sonho está quase realizado, correr nos Pirenéus, o ambiente está fantástico, se estou contente? SIM, mas não contenho as lágrimas e no meio desta emoção, decidem invadir-me e apesar da máscara, ela derramam, sinto-me receoso.
As lágrimas, caem...

    A mente não pára e interiorizo: "Men, tu treinaste para isto!!!", "Está cá o teu filho, pah, vais dar o litro.", "Esta é a prova que mais apoio tens!". Entre muitas outras frases que ecoaram na mente, bom a dois minutos da contagem, hora das despedidas da minha "claque" e da minha equipa de apoio, desta vez, tenho direito a tudo. Depois de muita emoção inicial, a bom som, inicia a famosa 5, 4, 3, 2, 1... Partida!!! Mas ainda fico parado, durante uns minutos esperando que os da frente arranquem para chegar à minha vez... Finalmente, aí vai ele...

A gestão da prova...
    A malta que já está habituada a realizar este tipo de prova, sabe que dividimos a prova em abastecimentos, porque assim tornará a "coisa" mais fácil e pequenos objetivos fazem-se grandes feitos, destas provas trazemos grandes lições para a vida e também no dia a dia, com pequenos objetivos conseguimos atingir grandes sonhos. Apesar de termos realizado isso mesmo, mentalmente, o meu objetivo era a Artiga de Lin, a primeira barreira horária, teríamos de chegar aqui com 7h15 de prova. Acho que foi a primeira vez que planeámos uma prova ao pormenor e a querer cumprir as nossas barreiras,  já tínhamos testado na Freita e tinha corrido bem. O Fernando nisso é mais pormenorizado que eu, mas tentava a todo o custo não o largar. O meu receio de ficar barrado era enorme e tinha de compensar no início, pois não sabia a reação do corpo com o decorrer da prova. 

Os dois primeiros abastecimentos...
    Partimos juntos e com calma, poucos metros depois da partida, com as ruas cheias de apoio por todo o lado, iniciamos a primeira subida, final do dia com a motivação ainda em alta e com a curiosidade acima da média, pico mais alto desta primeira "pernada" depois de passar Pomarola, chegaríamos ao 2200 metros, mais coisa menos coisa. Entre a sombra das árvores e as conversas que se iam ouvindo, eu mantinha-me no silêncio e a batalhar com os meus "eu's" interiores, pouco depois da partida numa subida mais intensa, passa o Fernando e quase me fala ao ouvido, "Deixa-te ir atrás deles, deixa", aquilo fez faísca e parece que liguei o turbo, mas devagar, ia passando conforme podia, num passo acelerado. Eu afinal tinha treinado para isto. Quase sem dar conta e sem parar de subir, já estávamos no primeiro abastecimento, com um tempo bastante inferior ao programado inicialmente. 

Subida para Pomarola

    Abastecimento de águas, tudo pronto e continuamos a subida, já tínhamos mudado o "chip" para o próximo abastecimento, mais uma picada e após termos avistado um por do sol fantástico no pico da montanha, bancos de neve na encosta da montanha, iniciamos a descida. Bom, era altura de acelerar um pouco, mas desta vez ia mais prudente, pois não podia lixar os joelhos, apesar de tentar manter um ritmo lento, parece que a malta tinha mais receio que eu a descer, consigo recuperar mais tempo, sentia-me porreiro e já a escurecer, parei, tiro a mochila procuro o meu frontal, já não conseguia ver bem onde colocava os pés e isso não facilito. Com 4 h de prova passo pelo abastecimento, como bem, bebo e abasteço, faço um compasso de espera e sempre a olhar há espera do Fernando, sabia que não devia de estar muito longe e estaria para chegar, assim também servia para descansar. Mal chega, vejo se precisa de algo e seguimos juntos, na subida... 
    Continuamos a prova, estava admirado com o tempo que estávamos a fazer, pois já tínhamos reduzido cerca de 1h ao que tínhamos planeado, seguíamos a bom ritmo para a barreira horária...

Artiga de Lin...
    Mais um troço de 10 km que seria quase impossível de apreciar a paisagem, pois a escuridão não o iria permitir, mas o pouco que conseguimos apreciar, durante o dia, deve ser fantástico, de Geles até à barreira horária, previa-se ser um troço rápido, pois grande parte seria em modo de descida. Agora com a análise, posso concluir que foi a parte mais rápida que realizei em prova. Depois de terminar a descida, começamos a descida, o trilho não era totalmente desconhecido, pois nos dias anteriores tínhamos passado por aqui de carro, a determinada altura subimos à estrada e estávamos em casa e o reconhecimento fazia sentir que estávamos perto, era a ansiedade de ultrapassar a primeira barreira. 
Ruta Ojos del Diablo

    A cruzar o trilho, num percurso pedestre, penso que se chama "Ruta Ojos del Diablo", a imensidão de água era descomunal, o arrependimento de não ter visitado esta zona de dia era elevado, durante a noite ao passar uma ponte, só víamos uma quantidade de água com uma "força" anormal a percorrer e a subir as pedras, fiquei espantado. Seguimos umas escadas em madeira e voltamos ao terreno de terra batida, sabia que por ali existia uma cascata enorme, mas era impossível conseguir ver... Após uns km's, reconheço a área, tínhamos tido um encontro imediato com uma grande manada nesta zona, aquando da nossa visita...

Artiga de Lin - A Manada

    Tinha esperança que a equipa de apoio estivesse lá, no entanto existiam dúvida porque não sabia se os transportes da prova tinham funcionado bem para os levar até aqui, mas estava super contente pois estávamos mais rápidos do que o tempo que tínhamos programado, estávamos a manter os 45 min de avanço em relação ao planeamento...
    Ao chegar ao abastecimento, antes de tudo mais, era ver onde estava a malta, queria partilhar com eles o facto de ter chegado ali bem, não tardou em reconhecer a miúda e a ouvir a conversa que ela estava a ter, basicamente ela estava a dizer que no meio de tantos como nos iriam encontrar... Ahahah... Astutamente, desligo o frontal e sem que ela se aperceba gritei-lhe que já ali estava, foi uma explosão de alegria e nem sequer consigo transcrever, mas estava em prova e rapidamente fui abastecer as soft flasks, comer algo e pouco depois a equipa estava retomada, por sugestão do Fernando, trocamos de t-shirt e eu de buff não fosse a noite ser traiçoeira, aceitei a sugestão e em minutos estávamos prontos para seguir para o próximo desafio, mais 15 km até ao próximo abastecimento... Tivemos o prazer de sermos acompanhados por eles, com som de uma corneta que o meu miúdo tinha trazido, não fazem ideia o prazer que dava ouvir aquilo no meio da noite, a claque estava lá e em casa também, tudo a torcer por nós e pouco depois, no meio da escuridão e luzes de frontal ligadas, seguiamos para mais uma subida, ou melhor, "A SUBIDA", só teríamos novamente apoio, nos 100 km...

"A SUBIDA"...
    No nosso planeamento, algo nos passou ao lado, apesar de ter sido o Fernando que fez todos os cálculos e ficarmos assustados com a subida ao pico mais alto da prova ser nos 130km, mais ou menos, esta ficou despercebida, algo muito básico, a primeira noite e tínhamos pela frente uma subida de 1500 metros (d+), por isso considero esta a verdadeira subida da prova, em modo de subida novamente para passar os 2300 de altitude, a caminhada noturna foi feita com calma mas sempre constante, não se tirou fotos, pois a noite de lua nova, permitia que a noite fosse mesmo escura e paisagem, zero, apenas a mente divagada pelas montanhas que tínhamos observado aquando da visita diurna. E não malta, ainda não existiam alucinações e afins, era a primeira noite e nos sentíamos bem... Três da manhã, depois de uma pequena descida e estávamos no controlo de passagem de Polainer, e seriam mais 5 Km praticamente a descer até chegarmos ao abastecimento na localidade Còth de Baretja. Já víamos pessoal encostado neste abastecimento, a vomitar e sem forças para continuar, claro que as pernas já estavam cansadas, mas eram quatro da manhã e a motivação estava em alta, continuávamos a reduzir o tempo planeado, já estávamos com menos duas horas ao previsto, as paragens nos abastecimentos, eram rápidas, comer algo e rumo ao próximo abastecimento.

Bossost...
    Agora, seria a descida até ao vale e mais 10 km, não pensávamos, muito como este seria um troço praticamente a descer, impus algum ritmo como sabem, eu adoro descer, estava cauteloso, como já descrevi, não me queria "rebentar" por causa de abusar nas descidas, uma descida em terreno macio e que dava mesmo vontade de acelerar, mas o nosso receio nas provas longas é sempre que o corpo quebre devido ao esforço inicial, mais 1h45, para fazer estes km's, passamos nas câmaras íamos a passo um ao lado, o primeiro ponto de comida quente e quem quisesse poderia dormir, umas cadeiras/camas espalhadas pelo recinto. Uma massa, com queijo e tomate, uma sopa liquida, até parecia que nada tinha, uma sandes de presunto e o Fernando logo a fazer pressão para irmos embora, apenas uma falha, não tínhamos pomada para as assaduras, apenas por precaução, normalmente trago, mas desta vez, falhou, o dia já estava a ficar claro, eram 6 a.m., estava na hora de continuar, este nascer do dia não seria fácil e quando temos dois abastecimentos muito perto um do outro, a malta estranha...

San Joan de Toran...
    Seriam mais cerca de 9k até ao próximo abastecimento a altímetria nos dois próximos abastecimentos não seria muita, mas nesta fase, qualquer desnível começa a doer, eu só pensava na base de vida, onde ia rever a malta, onde supostamente iria considerar a prova feita, esta zona com umas paisagens fantásticas, serpenteando o rio mas sem molhar os pés, quase a chegar ao próximo abastecimento uma subida que se tornou cansativa, era constante, dava para correr, mas isso é para quem tem pernas... Ahahah... Ia agarrado aos meus bastões, calado mas concentrado nos meus pensamentos, vagueando e desligando, passamos pelo abastecimento de Canejan, pessoal super simpático, tenho de enaltecer o trabalho dos voluntários, horas a fio e super atenciosos, reabastecimento e em pouco tempo estávamos de saída, acho que não dei pelo tempo passar, parece que a mente já não estava ali, apenas liguei a ficha, quando chegámos a San Joan de Toran, recarregamos e mais uma vez, prontos para a saída, seguimos mais uma vez juntos, uma hora porreira para iniciar mais uma subida, eram nove da manhã as pernas já tinham ultrapassado os 5.000 de acumulado positivo, conseguimos manter as duas horas de avanço ao planeado, vamos trocando conversa com os outros participantes no caminho para a próxima subida... Tínhamos mais uma subida pela frente, seriam mais 1400, sempre a subir...

Pas Estret...

A iniciar a subida...

    Não foi uma subida nada fácil, apesar de eu pensar que seria excelente horário para a realizar, as árvores rapidamente desapareceram e o sol, queimava como senão houvesse amanhã, olhava em meu redor para tentar perceber onde seria a subida, não conseguia ver outros atletas, apenas visualizava altas montanhas e no meio delas um banco de neve em pleno verão, uma zona que nunca apanha sol, provavelmente, a subida intensa e quente faz os corpos escaldarem e em pouco tempo as três garrafas que tinha abastecido de água começam a esgotar-se, encho e bebo água de uma água corrente da montanha, nós serpenteávamos pelo meio da montanha, sempre a subir, uma cascata de água ao fundo embelezava as grandiosas montanhas, olhava para cima pensava que esta subida nunca mais parava e vi-a o Fernando já distante, o homem a subir é qualquer coisa senti-a o corpo a querer para mas o objetivo era passo a passo continuar, fui ultrapassado por alguns atletas, mas cheguei ao cimo da montanha e não resisti em apreciar o que outra hora era alto, agora estava no pico, antes de transpor a montanha e deixar de ter esta visão verdejante. Ao transpor o pico, inicia uma paisagem, seca de pedra e nem sabia se dava para correr, tento acelerar na descida, mas a pedra que se via pelo caminho era solta e quase impossível de correr, não sei se já faltavam as pernas, passamos por uma antiga mina, os carris eram visíveis da exploração mineira, há muito desativado, uma passagem mais baixa em que tínhamos de ter cuidado com a cabeça, soube mais tarde que o Fernando ao passar aqui, a tentar ler aplaca de aviso, bateu com a cabeça e abriu a mesma, três pontos, passamos por um lago grande, mais há frente percebo que seria uma barragem, ou algo semelhante, a descida para o abastecimento, não era de todo confortável, mas a somar, com caminhadas pelo meio, chego ao abastecimento já contabilizava 6500 d+, com 85,5km, não demoro muito tempo e continuo a batalha, a tentar reduzir a distância para os 100k, o grande objetivo...

Montgarri...
    No abastecimento, em castelhano, falava-se no percurso que se seguia, a curiosidade dos atleta era alguma, o cansaço de tanta pedra estava num pico alto. Após deixar o abastecimento, consegui uma motivação, pois pensei que a coisa ia facilitar, cerca de 2 km mais há frente, mais uma grande picada, com algumas pedras há mistura, uma prova projetada para levar qualquer um há exaustão. O meus pés, começavam a dar de si, a queixar-se de tanta violência, a nível muscular, apesar do cansaço, sentia-me mais ou menos, psicologicamente a batalha ainda não tinha começado, opah, mas os pés, sério!?, Sentia um calor intenso nas plantas dos pés, mas tentei ignorar, a subida íngreme tinha terminado, estava a tentar manter o ritmo, decido ingerir um gel e em pouco tempo iniciamos a descida, algo intensa, com um piso bastante irregular, uma erva estranha, aos "tufos", nunca sabíamos onde íamos colocar os pés, se seria algo confortável ou a fazer dano, as dores intensificam-se, mas mantenho-me firme ou tento, foi a descida do parte pernas, pois aqui os meus pés deram de si e foi uma violência, sabia que o próximo abastecimento seria Montgarri, mas só pensava na base de vida, mais uma volta, mais uma ficha.

Perto do abastecimento

Ao chegar ao abastecimento, o Fernando já tinha saído, ia do outro lado do rio, chama por mim, faço-lhe sinal que não está fácil. Chego ao abastecimento, vejo que tem assistência médica, mas rejeito, estava com receio de tirar as sapatilhas e por sua vez as meias, não sabia o que iria encontrar, mas não queria saber, como rapidamente e arranco, já tinha 100k, estava com 23h30 de prova, grande tempo, com o atraso por causa dos pés, mas mesmo assim, 1h30 de avanço ao plano, excelente! Siga para Beret... Mais 5km, em ligeira subida...
Para trás ficou Montgarri

Base de Vida (Beret)...
    Com um ritmo, ora em corrida ora a caminhar, nesta fase os pés originavam algumas dores, estava a ser doloroso, tentava pensar em tudo, menos nas dores que estava a sentir nos pés a paisagem era típica desta zona, árvores não faltavam, tentava olhar ao redor para ver se conseguia observar uma pista de sky, pois assim sabia que estava perto do abastecimento, eu já tinha lá estado e tinha de reconhecer aquela zona, aproximamo-nos de um rio, com água bastante corrente, uma paisagem deliciosa, as subidas já eram o que menos doíam, o que normalmente me custa é subir, mas quando o trilho, passava para inclinação positiva, era porreiro caminhar com um ritmo certo, agora em qualquer descida ou trilho plano, não estava fácil, sabia que mais metade da prova já estava concluída, grande parte da altimetria estava transposta, mas também tinha a perfeita noção que a subida ao ponto mais alto da prova, realizado de noite, não seria fácil, a tentar conter a emoção vejo o planalto de Beret, a base de vida estava à vista, 5 km em 1h10, não estava mal, mas podia estar melhor...

Base de Vida - Beret
    Ao chegar perto do abastecimento, a minha claque lá estava a famosa "gaita" que o meu miúdo tinha levado, fazia-se sentir, a emoção na voz dele era intensa, uma mistura de orgulho e de motivação, anda c@r*lho, despacha-te... emocionei-me e nem o consegui chamar a atenção no meio de tantas asneiras que ouvi, eu percebi que o miúdo estava em êxtase. A companheira, que tantas loucuras minhas tem de aturar, vem ao meu encontro, ao chegar ao pé dela emocionei-me e começo a chorar, o meu primeiro grande objetivo, estava concluído, mas sussurro-lhe ao ouvido "Caramba, está a custar tanto!", com os olhos lavado em lágrimas, mas os óculos de sol tapam, talvez a voz, seja impossível de esconder tanta emoção, dirijo-me para o abastecimento,  encontro o Fernando quase pronto para sair, mas tinha de ver os meus pés...
    Sento-me numa mesa, o Gil, prontamente para me tratar dos pés, pessoal, o meu filho detesta pés, fiquei surpreendido mas nada disse, sim, na verdade ele era a minha equipa de suporte, tiro as meias, lavo mais ou menos os pés com toalhetes, coloco uma fita adesiva castanha, tinham-me dito que aquilo resulta, rapidamente reparo que os pés estão uma lástima, duas bolhas atrás, na planta dos pés, nos dedos, mas não quero pensar nisso, curativo feito, vou buscar mais massa umas bebidas, garrafas abastecidas e pronto para sair, percebo que o saco principal para o apoio da equipa de suporte não estava lá, nem comento, mas ok, tinha dado jeito, falta de experiência da parte deles... Despeço-me da malta, o relógio marcava 25h de prova, a dupla saiu junta, a mente foca-se agora em Banhs de Tredòs...     A segunda noite, estava para iniciar... Sentia-me cansado, mas ao mesmo tempo motivado, faltariam cerca de 60km..

"Lobo Solitário" nos trilhos, iniciava as dificuldades...















Comentários

Mensagens populares deste blogue

Ultra Trail da Serra da Freita - Implacável (2022)

UTMB - A Estreia 2021

Val D'Aran By UTMB - VDA - A Batalha Final